Geralmente tem um formato circular, variam muito de tamanho, podendo ter entre 1 a 2 metros de diâmetro e serem de pouca profundidade, ou serem autênticas crateras com centenas de metros de diâmetro, e atingirem grandes profundidades.
A formação dos algares pode ter origem de duas formas diferentes:
- A infiltração da água ácida pode fazer com que as fendas aumentem e a água forme autênticos rios subterrâneos. Com o passar do tempo, a rocha começa a desgastar-se e as fendas aumentam de tamanho, conduzindo assim à criação de uma rede de poços, galerias e grutas. À medida que o terreno cede, formam-se dolinas ou outros tipos de vales.
- A outra forma dos algares serem criados é pelo desabamento de grutas, ou seja, devido aos movimentos da água, a gruta ao chegar à superfície o tecto acaba por desabar, podendo criar um algar.
Estas aberturas naturais verticais (os algares) desenvolvem-se em profundidade por sistemas de
galerias e poços, acabando por dar origem aquilo que denominados por grutas. Assim sendo, podemos verificar que a formação dos algares deriva da erosão das águas superficiais e subterrâneas nas regiões calcárias, ocasionando assim a criação de uma paisagem cársica.
São denominadas paisagens cársicas as regiões onde se verificam rochas calcárias que resultam, fundamentalmente, da dissolução química (corrosão) de calcário por ação da água da chuva e pela transição de um regime de circulação superficial para circulação subterrânea, dando assim origem à infiltração.
Este fenômeno leva ao aparecimento de uma série de características, comumente chamadas de cavernas, dolinas, vales secos, vales cegos, cones cársticos rios subterrâneos, canhões fluviocársicos, paredões rochosos expostos e lapiás.
A ação das águas origina uma variedade de formas a nível superficial, os chamados campos de lapiás e as dolinas, e a nível subterrâneo, os chamados algares, descritos anteriormente. Este tipo de paisagem é comum encontrar em regiões com um elevado índice de chuva, já que é necessário haver uma grande quantidade de água para dissolver grandes frações de rocha.
O frio acelera o processo de corrosão da rocha e é bastante difícil (se não mesmo impossível) encontrar água à superfície, uma vez que esta desaparece no subsolo de forma quase instantânea.
Nestas paisagens a vegetação também tem um lugar de destaque, uma vez que esta garante a absorção da água pelo solo, para posteriormente se acumular na zona freática, permitindo assim evitar o seu desperdício na atmosfera.
A paisagem cársica apresenta duas características principais: as várias depressões fechadas de diversos tamanhos e feitios, e a existência de poucos afloramentos superficiais de água, mesmo quando se trata de zonas com grande volume e frequência de chuva.