Tomar banho depois de comer faz mal? Saiba mais.

Quando estas ideias surgem não é pelo acaso. Sempre existe alguma história por trás desses ditos "mitos". No verão, por exemplo, existe uma incidência maior de pessoas nas piscinas, praias e lugares do gênero, e com isso vem o calor intenso. Nessa época, é comum ouvir dizer que não é aconselhável entrar na água fria depois das refeições.

E isto porquê? Na verdade, porque durante o processo de digestão, a circulação sanguínea está concentrada no aparelho digestivo com o objetivo de absorver os nutrientes do bolo alimentar. Se tomarmos um banho na praia ou piscina, durante a digestão, de certa forma estaremos "confundindo" o sistema digestivo, porque o sangue que deveria ser utilizado para a digestão, está cumprindo outras funções, nesse caso, o aquecimento do corpo e o movimento dos músculos.

O mesmo acontece com o exercício físico após as refeições, ou seja, ao aumentar os batimentos cardíacos, devido ao esforço, impede que o sangue se foque apenas numa função, que é na digestão. Há algumas variáveis que devem ser consideradas quando abordamos esta temática, que seria o tipo de banho, a temperatura da água e a quantidade de comida ingerida.
Caso pretenda tomar um banho de chuveiro o risco de congestão diminui, devido ao fato de a água correr pelo corpo, não sendo necessário prender a respiração, como no caso da piscina/praia, em que há mergulhos, há braços e pernas em movimento, há um maior apelo ao trabalho muscular.

O maior risco que apresenta ao tomar banho de chuveiro é o
choque térmico e a duração do banho, isto porque ao tomar banhos longos e quentes dilata os vasos sanguíneos da pele e, por sua vez, acaba também por desviar o sangue do estômago. Caso o seu corpo esteja muito quente e dá um mergulho, em uma água muito fria, enquanto se faz digestão, é certo que o corpo vai entrar em colapso ao lidar com três tipos de problemas: regular a temperatura corporal, fazer a digestão e manter os músculos em atividade.
O mesmo acontece se o banho for muito quente, ou seja, o corpo, mais uma vez, vai tentar regular a temperatura e enviar uma maior quantidade de sangue para a pele, mas desta vez o que provoca um conflito entre o estômago e a pele.

São realmente estes tipos de choques que condicionam a digestão e fazem com que ideias como estas perdurem até aos dias de hoje. Como já vimos, durante a digestão dos alimentos, o estômago tem necessidade de uma maior quantidade de sangue para executar, de forma eficaz, todo o processo digestivo, logo quanto maior for a quantidade de comida ingerida, maior também será a quantidade de sangue necessário para executar a digestão.