Viagra pode ajudar a combater distrofia muscular

O Viagra, medicamento utilizado para aumentar o apetite sexual e ir contraa impotência sexual, apresentou resultados um tanto curiosos, num estudo realizado em ratos com distrofia muscular e problemas no coração, abrindo caminho para um potencial tratamento nos humanos, de acordo com estudos canadianos divulgados nos EUA.
A distrofia muscular é uma doença genética que se caracteriza por uma debilidade e progressiva degeneração dos músculos voluntários, que controlam os movimentos do corpo, mas afecta o coração, indirectamente.
De acordo com os investigadores, estudos anteriores revelaram que o coração dos ratos com distrofia não funcionam tão bem quanto o de outros animais saudáveis e são mais sensíveis a uma destruição celular provocada pelo stress.
Essas investigações faziam pensar que o fenómeno se devia a uma diminuição da formação de uma molécula chamada cGMP (guanosina monofosfato cíclico).
A utilização do Viagra (sildenafil) revelou ser eficaz para aumentar a concentração dessa molécula, impedindo a sua destruição por uma enzima chamada fosfodiesterase 5, explicou Basil Petrof, da Universidade McGill de Montreal e co-autor desse trabalho publicado na PNAS, de 12 de Maio.
«Os estudos mostraram, depois de muitos anos, os benefícios da molécula cGMP sobre o coração, e o nosso trabalho confirma o seu potencial terapêutico», completou Christian Deschepper, do Instituto de Pesquisas Clínicas de Montreal, um dos autores do estudo.
Esses trabalhos mostraram ainda que o Viagra também tem efeitos benéficos sobre outros músculos dos ratos com distrofia muscular, motivo pelo qual o seu efeito pode não se limitar ao coração.