Um dos maiores problemas, no entanto, é a duração da viagem, que pode chegar a durar um ano na ida e quase 2 anos na volta.
Não se sabe exatamente o que pode acontecer com a tripulação da nave ao ficarem todo esse tempo no espaço. Para efeito de comparação, até o momento, o recorde de permanência no espaço é do russo Sergei Krikalev, que ficou "apenas" 748 dias em órbita.
Os cientistas projetam uma velocidade da viagem de 43.200 km/h (o que é quase 35 vezes mais rápido que a velocidade do som). O problema disso é que a nave corre o risco em explodir no momento em que ocorrer o atrito com a atmosfera terrestre.
O engenheiro Steve Wall, da Nasa, comenta que "será necessário construir uma nave com materiais que suportem superaquecimento".
A previsão de gasto com a viagem é estimada e 120 bilhões de dólares, valor muito acima do que foi usado na viagem do projeto Apollo.
Problemas
- Para retornar a terra, um dos principais problemas é o combustível da viagem da volta, que por questões de espaço e peso, não tem como acoplar um tanque de grande porte à nave. Soluções: ou enviar o combustível a Marte em uma viagem anterior, ou criar um combustível utilizando o gás carbônico da atmosfera de Marte, misturado com hidrogênio, que seria levado da Terra, o que criaria Oxigênio e Metanol.
- Caso fosse enviado o combustível anteriormente, o desafio seria se acoplar ao módulo de combustível, que estaria em órbita em Marte. Porém, como todos os pilotos são treinados com bastante perícia nesse assunto, provavelmente esse seria um dos menores problemas para se enfrentar.
- Outro problema é a nave conseguir ganhar impulso suficiente para a viagem de volta. Já se sabe que em viagens espaciais, a maior parte do trajeto é feito utilizando inércia (motores desligados), então a velocidade da nave viria da gravidade de Marte, e é aí que mora outro problema: Marte tem menos da metade da gravidade da Terra. Com isso, a velocidade gerada pelo impulso seria bem menor, e é por isso que a viagem de volta levaria até o dobro (ou mais) do tempo.
- Devido a viagem de volta ser bem maior, um alto nível de suprimentos seria necessário para a tripulação. Além disso, como a gravidade seria diferente e o tempo de viagem seria elevado, problemas mentais, como estresse, e problemas físicos, com certeza apareceriam. Com isso, seria necessário uma preparação psicológica e física bem apurada antes da viagem. Quanto aos suprimentos, teriam que ser regrados e utilizados da melhor maneira possível, inclusive a água. Essa, no limite da viagem, poderia ser reciclada até utilizado urina dos astronautas, já que o sistema de purificação avançado permite que a mesma seja convertida em água potável.
- Feita a viagem de volta, outro problema: entrar na Terra novamente. Estando em média a 43 mil km/h, existe uma grande possibilidade de a nave explodir em contato com os gases da atmosfera terrestre. Estudos da Agência Européia (ESA) utilizando os materiais disponíveis hoje em dia garantem uma entrada segura na atmosfera a "apenas" 23 mil km/h. Nesse caso, é necessário mais estudos para criar ligas metálicas melhores.
- Feita a reentrada no planeta, outra preocupação seria o pouso. A ideia é que o módulo se desprenda da nave e pouse em alguma parte do oceano. A Nasa, geralmente, utiliza alguns pontos específicos dos oceanos para poder realizar seus pousos, sem local revelado.