maior que a necessária para a lubrificação ocular, segundo um estudo publicado na revista PNAS.
Para averiguar as causas, Tamami Nakano e seus colegas da Universidade de Osaka, no Japão, autores da pesquisa, examinaram a atividade cerebral relacionada com a piscada espontânea enquanto os participantes viam vídeos gravados do tipo comédia, usando imagens de ressonância magnética funcional.
Durante o experimento, os participantes piscaram espontaneamente uma média de 17,4 vezes por minuto (desde 3,1 até 51,0) em frente à tela, sobretudo nos momentos de interrupção da trama.
Segundo os autores, dos resultados deduz-se que a piscada espontânea ajuda a liberar ativamente a atenção, e que desempenha um papel fundamental no equilíbrio entre duas grandes redes cerebrais que sustentam anatomicamente a atenção e que competem entre si: a rede dorsal e a rede neuronal.
"Observamos que, ao visualizar vídeos, bem após a piscada a atividade cortical diminuía momentaneamente na rede dorsal", aponta Nakano. No entanto, a atividade aumentava na rede neural, que é a que permanece ativa quando o cérebro está em repouso, isto é, quando o indivíduo não atende ao mundo exterior, senão que está concentrado em seus processos internos.
Foi notada ainda a diminuição da atividade na área do cérebro que ajuda a saber onde concentrar a atenção.
Os pesquisadores acreditam que o olho pisca, então, como uma maneira de de fazer uma pausa rápida antes de renovar a atenção, o que tende a ocorrer em momentos de transição lógica, como final de cena ou no fim de uma frase, por exemplo.