Muitas coisas, variáveis, nesse caso, podem estar envolvidas, e aquilo que dá nojo a algumas pessoas pode parecer comum a outras.
Uma psicóloga americana, Rachel Herz, escreveu um livro para entender melhor como o nojo funciona.
A autora da obra dá o exemplo do Hákarl, uma tradicional iguaria da culinária da
Islândia. Se você ler a descrição do prato, pode achá-lo extremamente nojento: pegam um tubarão-da-groenlândia (Somniosus microcephalus), cuja carne é naturalmente tóxica. Depois de ser enterrado para putrefação e passar por vários congelamentos e descongelamentos, a carne fica seca e com cheiro de amoníaco, semelhante a produtos de limpeza. Mas, segundo os islandeses, deliciosa.
O fato de nós acharmos essa carne repugnante e os consumidores da Islândia a considerarem uma delícia é a prova, segundo a psicóloga, de que o nojo representa um condicionamento cerebral. Esse condicionamento, baseado em experiências, não determina apenas o que nos dá nojo, mas a nossa reação a algo nojento.
Por que as caretas de repugnância, por exemplo, são tão parecidas umas com as outras?
A repulsa, no entanto, nem sempre está relacionada aos nossos cinco sentidos básicos.
A psicóloga explica que existe também uma espécie de repulsa moral, algo como um judeu recusar usar uma toalha que teria sido utilizada por Adolf Hitler no passado.
Se juntarmos os fatores de condicionamento e conceitos prévios, que se traduzem nas reações, temos algo como um mapa do nojo humano.
É o que a psicóloga explora em seu livro.