Capaz de levar as pessoas a cometer ações agressivas, o ódio é um sentimento complexo e, semelhante ao amor, impele à realização de algumas ações impensadas.
Para descobrir o “circuito do ódio”, os investigadores observaram imagens de ressonância magnética de 17 pessoas – 10 homens e 7 mulheres – captadas quando observavam imagens de pessoas pelas quais sentiam animosidade (cedidas pelos próprios participantes), alternadas com fotografias de rostos que lhes eram indiferentes, que não lhes despertavam nenhum tipo de sentimento.
Desta forma, os cientistas observaram as áreas neurológicas que se ativavam quando sentiam ódio e concluíram que o circuito estimulado pelo ódio envolve principalmente duas regiões do cérebro, que geram também o comportamento agressivo. Estas zonas estão situadas no centro do cérebro (ínsula) e numa superfície lateral do órgão (putamen) e são “as mesmas áreas ativadas quando as pessoas se apaixonam”, explicam os investigadores no estudo publicado em uma revista estrangeira.
Diversas pesquisas têm concluído que nas funções em que participa a ínsula incluem-se as que catalisam as expressões de desgosto e os estímulos desagradáveis, enquanto o putamen está encarregado de planificar a resposta ativa, como por exemplo, agredir uma pessoa que se odeia ou realizar uma atitude defensiva.
O fato das zonas do putamen e da ínsula também se ativarem com o sentimento de amor não é surpreendente, já que ambos os sentimentos (amor e ódio) podem levar a atos irracionais e agressivos” explica Semir Zeki, coordenador do estudo.