Os vírus são os principais agentes biológicos responsáveis pelas hepatites, denominados de vírus A (VHA), B (VHB), C (VHC), D (VHD) e E (VHE). Eles diferem em relação ao material genético, vias de transmissão e capacidade de provocar doença crônica, com conseqüente risco de progressão para cirrose. Os casos mais comuns são os de hepatite A, B e C.
O VHA é um vírus de RNA, cuja transmissão se dá pela água e alimentos contaminados com fezes. É comum em regiões em desenvolvimento e carentes de infra-estrutura sanitária. Seu período de incubação varia de 15 a 45 dias, em média.
O VHE compartilha as vias de transmissão e epidemiologia do VHA, sendo também de RNA, com incubação de 8 a 10 semanas em média. Mais freqüente no leste asiático e na Índia, acarreta alta mortalidade em gestantes.
O VHB e VHC são transmitidos principalmente por sangue e material contaminado com sangue (hemoderivados, agulhas, seringas etc.). Fazem parte dos grupos de risco os usuários de drogas e os hemofílicos (apesar de a adoção de medidas de controle de qualidade dos bancos de sangue ter contribuído bastante para a redução da incidência da doença nesses pacientes).
O VHB também é uma doença sexualmente transmissível; já em relação ao VHC existe controvérsia. Eles também diferem quanto ao material genético (o VHB é de DNA, o VHC é de RNA) e período de incubação (o do VHB é em média de 90 dias e o do VHC de 4 a 6 semanas, em média).
Ambos são capazes de evoluir para doença crônica e cirrose hepática, diferentemente do VHA e VHB. Por fim, o VHD, que é um vírus defeituoso, só consegue se multiplicar em indivíduos infectados pelo VHB. Por isso, compartilha suas vias de transmissão.
A maior parte dos casos de hepatites é assintomática. Algumas pessoas apresentam sintomas virais inespecíficos, lembrando um quadro gripal. Os sintomas clássicos de hepatite (coloração amarelada dos olhos, urina escura e fezes claras) são decorrentes da alteração na função hepática, principalmente nas hepatites agudas.